terça-feira, 16 de setembro de 2008

De Belém pra Macapá o rio se parece com o mar


Macapá, capital do Amapá, conhecida como a "capital do meio do mundo", afinal é cortada pela linha do Equador, é uma cidade de acesso difícil.

Lá só se chega de barco ou avião. Estradas de terra levam a Vitória do Jari, a 200km ao s
ul ou Oiapoque, a 500km ao norte.

O Amapá é ilhado por rios, mar e floresta amazônica, porém Macapá está numa estreita faixa de Cerrado dentro do Estado.

Uma das sete maravilhas brasileiras está lá, na foto aí acima, e se chama Fortaleza de São José do Macapá e foi erguida pelos Portugueses em meados do século XVIII para completar uma seqüência de fortificações que protegiam a foz do rio Amazonas.

Assim como Manaus, também é Zona de Livre Comércio e essa atividade é uma grande vocação da cidade.
Existe exploração mineral, agrícola, pecuária e de madeira, além do tradicional cultivo do Açaí e psicultura.

Semana passada em Macapá tive a chance de comer uma moqueca de Tucunaré à beira do rio Amazonas o que para um amapaense talvez não seja nada especial mas para mim, como bom paulista, foi uma experiência excelente. Se não me engano a moqueca amapaense é feita com Tucupi, um caldo amarelo extraído da raiz da mandioca brava, muito utilizado também no Pará, onde moro.

Aqui fica uma aula sobre moquecas... a baiana leva azeite de dendê e leite de cocô, a capixaba é mais light, sem dendê nem leite de côco e a paraense e amapaense é feita com Tucupi.

Em Macapá também fui surpreendido pela 45a Expofeira do Amapá, uma festa aos moldes dos Rodeios de Jaguariúna e Barretos, com shows, montaria, exposição de carros, motos e equipamentos agrícolas. Talvez o maior evento do Estado e que reúne milhares de pessoas.

No vôo de Belém para Macapá estava a banda de brega Calcinha Preta e dezenas de peões que vinham de Goiás para a Expofeira, tirando fotos e pegando autógrafos do pessoal do Calcinha. Alguns deles me perguntavam se Macapá era uma cidade selvagem, no meio da mata, e como era minha 3a viagem pra lá, pude falar com certa propriedade sobre o que eles encontrariam... hehe.

O Amapá também reserva as melhores ondas de pororoca, formadas pelo encontro dos rios com o mar. Na foz do rio Araguari são realizados campeonatos e as ondas chegam a durar mais de 30 minutos e atingem até 30km/h e 3 metros de altura, como essa aí da foto. No Maranhão e no Pará também são realizados campeonatos de surf na pororoca.

Por sinal, outro dia ouvi no rádio uma música bacana chamada Chaviana, cantada por Mahrco Monteiro, um artista paraense que canta o seguinte: 

"Te contei, te contei
De Belém pra Macapá
O rio todo se parece com o mar
De vez em quando pororoca..."

O norte do Brasil é fantástico!


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